SSP retoma policiamento em comunidades indígenas no interior do AM

Os órgãos que compõem o sistema de Segurança Pública do Amazonas se reuniram, na última semana, com representantes do Exército, do Ministério Público Federal (MPF), da Superintendência da Polícia Federal no

 Amazonas, Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e da Prefeitura de Tabatinga (localizado a 1.106 quilômetros de Manaus) dentro do planejamento integrado de retomada do policiamento ostensivo nas comunidades indígenas Belém do Solimões, Umariaçu I e II, em Tabatinga.

As informações são do responsável pelo Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras (GGI-F) da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), tenente coronel Almir Cavalcante.

“Toda essa problemática envolvendo o policiamento nessas comunidades está relacionada às fronteiras e o Estado tem que estar presente. Nos reunimos e começamos a realizar o policiamento, mas em um trabalho integrado com o governo Federal, Polícia Federal, Sesai e Funai. Vamos nos ajudar para que ao final o resultado seja satisfatório”, disse o tenente coronel responsável pelo GGI-F.

De acordo com dados da Funai e do Instituto Socioambiental (ISA), nas comunidades indígenas Umariaçu residem cerca de 7,2 mil indígenas. As comunidades fazem parte de uma terra indígena da etnia ticuna, localizada entre os municípios de Tabatinga e São Paulo de Olivença, que reúne mais de 50 mil pessoas.

Nas comunidades, os indígenas criaram a Segurança Comunitária Umariaçu (Segcum) – semelhante a Polícia Indígena do Alto Solimões (Piasol), criada em 2008 – responsável, até então, por uma ronda comunitária nos locais. Eles instituíram um regramento próprio que diverge da legislação aplicada no País.

“Eles (indígenas) alegaram que criaram essa segurança comunitária porque o Estado não estava presente. As viaturas não conseguiam acessar as comunidades. Mas, com a entrega de viaturas 4×4 pela SSP-AM, retomamos o policiamento. O Estado estará presente nas comunidades para garantir a segurança. A partir da reunião com todos os órgãos competentes, teremos uma maior estrutura para acessar esses locais com barcos e vias trafegáveis, por exemplo”, disse o tenente-coronel Almir Cavalcante.

A implantação do patrulhamento nas comunidades indígenas está sendo possível graças a entrega de 200 veículos picape para as Polícias Civil e Militar, na semana passada. Com as viaturas, 44 comunidades ribeirinhas e indígenas de todo o Estado serão beneficiadas com a presença ostensiva e regular da polícia. Os veículos vão atender a todos os 61 municípios do interior.