Curso ministrado pelo Iesp ensina experiências de investigação de crimes ‘famosos’

 Um exercício simulado de homicídio de uma criança encerrou na sexta-feira (8) o curso de Investigação de Crimes contra a Vida, realizado na Academia de Polícia Civil (Acadepol) pelo Instituto Integrado de Ensino de Segurança Pública (Iesp) para 30 policiais militares e civis do Amazonas. Com duração de uma semana, em tempo integral, os alunos se atualizaram em várias técnicas e experiências do trabalho investigativo feito pela polícia na tentativa de elucidar um crime. Os cinco mais bem colocados no curso vão fazer um estágio na Polícia Civil de São Paulo.

 Ministrado por quatro delegados da Polícia Civil de São Paulo, o curso oferecido em Manaus faz parte do cronograma de educação continuada dos profissionais da Segurança Pública do Amazonas, conforme explicou a diretora do Iesp e coordenadora do curso, delegada Júlia Belota. De acordo com ela, os policiais agora estão mais habilitados para usar técnicas modernas de investigação e interrogatório, retrato-falado, isolamento do local do crime e a lidar com homicidas em série, entre outros. “O conteúdo do curso foi todo voltado para dar melhores elementos para os policiais lidarem com os crimes contra a vida, como homicídio, latrocínio, lesão e abandono de incapaz”, disse a delegada.

 Belota disse que o Governo do Estado não está preocupado em preparar o policial apenas para a Copa do Mundo de 2014, mas em oferecer educação continuada aos profissionais para que atuem em qualquer tipo de evento, como foi o caso do exercício simulado que fechou o curso, o homicídio de uma criança.

  O instrutor e diretor da Academia de Polícia Civil de São Paulo, delegado Mário Leite de Barros Filho, 50, explicou que sua equipe procurou trazer os melhores conhecimentos extraídos das investigações de crimes de grande repercussão no Brasil, como o assassinato de Isabela Nardoni, o caso “Maníaco do Parque” e os homicídios dos pais de Suzane Richthofen, por exemplo. “Tive a oportunidade de acompanhar a investigação do caso Nardoni e por isso reafirmo a importância do trabalho da polícia técnico-científica. Os pequenos detalhes ajudam na elucidação precisa e rápida do delito. Se não tivermos técnica apurada corremos o risco de falhar e aumentar a sensação de impunidade presente no Brasil”, disse Barros Filho.

 Sobre o curso para os policiais do Amazonas, o diretor da academia paulista disse que a parceria entre os Estados ajuda na padronização do procedimento policial no Brasil e traz avanços no combate à criminalidade. “A semana foi bem proveitosa porque os policiais daqui se revelaram excelentes profissionais, dispostos a aprender e partilhar o que já sabem”, disse.

 Rafaela Viana, 27 anos, escrivã da Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros da Polícia Civil do Amazonas, disse que estava bastante satisfeita com o que aprendeu no curso. “Os treinamentos ajudam a fortalecer as técnicas já conhecidas de investigação policial. É interessante aprendermos com profissionais renomados realidades diferentes da nossa, e a polícia técnico-científica de São Paulo é hoje uma referência para o País”, afirmou.