Projeto realizado por peritos do Amazonas auxilia na identificação de cadáveres
O Instituto de Identificação Aderson Conceição de Melo (IIACM), em conjunto com o Instituto Médico Legal (IML), ambos do Departamento de Polícia Técnico-Científica do Amazonas (DPTC), coordenado pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), iniciaram, em abril deste ano, um projeto de identificação de pessoas enterradas como indigentes, por meio de um convênio entre a SSP-AM e a Polícia Federal.
O processo de identificação dos corpos está sendo operacionalizado pelo Núcleo de Perícias Papiloscópicas (NPP), que foi revitalizado para disponibilização do Sistema Automatizado de Identificação por Impressões Digitais (Afis), que já em sua primeira fase de execução identificou mais de 10 cadáveres.
Para o perito Christian Gama, a relevância deste trabalho impacta diretamente na vida de muitos familiares que perderam um parente e não tiveram a oportunidade de despedida por sequer saber onde está sepultado o corpo, além do esclarecimento de vários processos criminais em aberto.
“O que nós estamos fazendo nesse projeto é pegar todas as fichas do IML, de pessoas que não foram identificadas nos anos anteriores, cerca de 600 fichas, para incluirmos no sistema Afis. Nós já temos mais de 10 pessoas identificadas, mas a intenção é de que muito mais sejam identificadas nos próximos meses”, explicou.
Após inseridos no Afis, a partir das impressões digitais, os dados serão colocados no banco biométrico, que fará a comparação para a identificação exata dos cadáveres.
Para a justiça criminal, este projeto permite a qualificação de vítimas ou suspeitos, instruindo processos criminais e inquéritos policiais, permitindo ainda a elucidação de casos de pessoas registradas como desaparecidas.
Técnicas de identificação
Para entender os procedimentos de identificação, é preciso saber a diferença entre reconhecimento e identificação de um cadáver. O primeiro é um método informal, onde é possível reconhecer o corpo mediante características físicas, como tatuagens ou cor de cabelo.
Já o trabalho de identificação é um processo científico, como exames de DNA e impressões digitais, necessário para trâmites jurídicos e legais.
O perito Christian Gama explica que a identificação de um cadáver somente é possível a partir de métodos científicos, como a papiloscopia, por exemplo.
“Além da papiloscopia, o exame de confronto necropapiloscópico também é utilizado para a identificação do corpo, feito a partir do Núcleo de Perícias Papiloscópicas”, disse.
As análises das condições dos cadáveres são feitas por um perito legista e, somente a partir do exame necroscópico, é possível fazer a solicitação do exame papiloscópico, de DNA ou somente da arcada dentária.