Manaus adere a programa do Governo Federal para enfrentamento ao crack

 

O Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus começaram, nesta terça-feira (5), o processo de  adesão ao programa federal ‘Crack, é possível vencer’. Com investimentos e ações na área de prevenção, tratamento médico, combate ao tráfico e reabilitação social, o programa vai ser implantado na capital este ano com o intuito de inibir a expansão do uso e do tráfico da droga na cidade. A circulação do entorpecente ainda é reduzida no Estado. No ano passado, cerca de 90 gramas da droga foram apreendidas em operações policiais, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública.

A adesão ao programa é uma estratégia para prevenir quadros como os encontrados em São Paulo e Rio de Janeiro, disse o vice-governador José Melo. “Verificamos que 90% do tratamento do dependente químico é feito na rede básica e essa parceria com o município é fundamental. Apesar de o Amazonas não ter esse problema como nos outros Estados, enfrentamos uma situação que merece cuidados com outras drogas como maconha, cocaína. Ao tempo que vamos nos prevenir para que o crack não chegue aqui como foi nos outros Estados, fortalecemos as ações direcionadas as outras drogas”, frisou.

No Amazonas, o atendimento social aos usuários é feito pela Secretaria de Estado de Assistência Social. De acordo com a presidente do Conselho Estadual de Políticas sobreDrogas, Darcy Moreno, não há dados oficiais, mas o uso da droga é descaracterizado da forma tradicional. “Aqui o crack não é usado nos cachimbos. Usam nos cigarros da mesma forma da pasta base, triturando a pedra e inalando juntamente com o cigarro”, relatou.

O vice-governador do Estado, o prefeito de Manaus, Arthur Neto, e secretários estaduais e municipais das áreas de Saúde, Educação eSegurança Pública participaram de uma videoconferência, na tarde desta terça-feira, com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campelo, para conhecer as etapas de implantação do programa.

Outras dez cidades da região Norte também serão incorporadas. Em todo o País, o Governo Federal pretende finalizar a adesão de mais 13 Estados, em municípios com mais de 200 mil habitantes. Além de Manaus,Rio Branco (AC), Macapá (AP), Ananindeua, Belém, Marabá e Santarém, no Pará; Porto Velho (RO), Boa Vista (RR) e Palmas (TO) receberão investimentos para a área na região norte.

“Vencer o crack só será possível através dessa parceria entre Governo Federal, Estados e Municípios para o enfrentamento. As ações têm de ser combinadas na prevenção, cuidado e autoridade”, comentou Padilha.

Até 2014, a previsão é que sejam aplicados R$ 4 bilhões nas ações de enfrentamento ao crack em todo o País. Para a adesão do programa, o Governo do Estado e a Prefeitura vão formar uma comissão para levantamento e diagnóstico do problema na capital, apontando as necessidades de investimentos e elaborando um plano de atuação.

Entre os investimentos previstos com o programa federal, a prioridade são os consultórios de rua para abordagens de usuários, afirmou o ministro da saúde. Nesse caso, o apoio é no custeio da operação com a liberação de recursos para a contratação de profissionais de saúde e assistência social.

Ainda na área de saúde, serão repassados R$ 78 mil para o custeio mensal e incentivo à reforma e construção dos centros de atendimento psicossocial. Os municípios terão enfermarias especializadas, ganhando mais verbas para manutenção.

As ações prevêem ainda a abertura de unidades de acolhimento dulto e infantojuvenil, núcleo de apoio à saúde da família e atenção básica. Profissionais de saúde e segurança serão qualificados e a prevenção será feita nas escolas e universidades. Também haverá parcerias com ONGs e comunidades terapêuticas para reinserção e ressocialização dos dependentes.

“Vamos atuar também no pós-recuperação com atendimento psicossocial dessas pessoas para prepará-las à vida depois de superado o problema. Vamos oferecer qualificação profissional”, comentou Campelo.